segunda-feira, 15 de março de 2010

roberta sá e eu

"devagar, esquece o tempo lá de fora
devagar, esqueça a rima que for cara

escute o que vou lhe dizer
um minuto de sua atenção
com minha dor não se brinca, já disse que não...

devagar..esquece o tempo lá de fora...:

A luz apaga porque já raiou o dia
E a fantasia vai voltar pro barracão
Outra ilusão desaparece quarta-feira
Queira ou não queira terminou o carnaval.

Mas não faz mal, não é o fim da batucada
E a madrugada vem trazer meu novo amor
Bate o tambor, chora a cuíca e o pandeiro
Come o couro no terreiro porque o choro começou.

A gente ri
A gente chora
E joga fora o que passou
A gente ri
A gente chora
e comemora um novo amor..."

ora pois,
"e se a dor é de saudade e a saudade é de matar,
e no meu peito a novidade vai enfim me libertar"

será?
ou a novidade esquecida outra vez me prender em suas garras manhosas de amor
de dedos ternos e traiçoeiros
olhares lânguidos e esquivos
nomes borrados e rodas de samba tangueantes
fados espectrais e fados tropicais
lusos piscianos e libras fundamentais
virgens constantes e luas cambiantes.

astro, astrono, astrolo, lo, logicamente
ou não
reencontro, despeço-me, saúdo
digo adeus? digo sim, grito por favor,
mendigo amor,
ajoelho-me na alma,
piso o coração,
sangra tremores juvenis
e palpita, palpito em desejo de ver-te.

ardo, fogueio a minha madeira
desfaz-se a pedra,
torno-me água, corrente
e não aguento mais, não posso mais ver.
inspiro, inspiras
não quero isso,
esse efeito fascínio-feitiço
e tenho o meu ser em mim
com vontade de ti.

"ne me quitte pas"

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