quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

hoje foi..: natal - natalidade - natalício - nascimento - re-re-re - nascer..?

aos poucos começa a chegar-me essa sensaçao de que o natal e o tempo familiar se aproxima...aqui como é verao todavia é meio confuso que essa sensaçao chegue neste clima mas esse tempo aproxima-se e quando me perguntam "y donde pasás las fiestas" e eu respondo "acá" ao que se segue uma cara de nem sei onde nem com quem...tomei essa decisão por vários factores (o porquê já a esta altura não importa), mais um ano não passo natal em casa - sem bacalhau regado de azeite quente, frutos secos e o calorzinho familiar. ano passado enganei essa nostalgia porque passei natal e ano novo no brasil, lugar que senti como segunda terra mãe e onde sinto um apego muito familiar por questões culturais e pessoais. Desta vez nem sei onde passo "las fiestas" enquanto vejo famílias que se reúnem e pensam o seu natal juntos...
e hoje senti essa saudade familiar... a irmã do rapaz que vive comigo, ela selva ele chino (assim se chamam) regressou de frança que é onde vive. e estavam os dois com a mãe e senti essa coisa de família que se junta para o natal e ela que veio de fora também..
e quanta saudade...

Pai e Mãe, obrigada por tudo, de verdade, do fundo do meu coração que vos agradeço toda a vossa energia e tudo o que aprendi de vocês. obrigada por me haver feito quem sou, por me ensinarem, pelas discussões, pelos conflitos, pelo amor e pelo carinho. Pelo diálogo, sobretudo.
obrigada Avó-mãe, pelo carácter forte e determinação e por esse olhar de criança escondida.
obrigada Inês, irmã de alma e companheira de sonhos.

navega

tenho o cigarro aceso. tira fumo.
um fumo pensativo, circular
ou de espiral.
dá voltas , giros pelo ar
redondeia-se
viaja
e voa.
se apaga.
resta cinza.
e dessa solidão cinzenta vou a outro lugar.
fantaseio
ou lembro.
vivo memórias, sensações
e vejo o barco.
e aí vai esse barquinho de papel de pétala de rosa
de velas de eucalipto
âncora de pau-brasil.
navega por águas turvas,
escuras e com toques de purpurina violeta.
já não tem rumo e a âncora cai a meia gravidade
desce sem bater contra a areia
sem se instalar em parte alguma.
foge com as ondas, navega com o vento,
perde-se nas águas do destino
e chora o passado.
lembra o cheiro da terra mãe
vem buscar o sonho guardado no mar
de dentro de um búzio.
vem esperando o seu canto
e no pranto se espraia.
despede-se, acena de longe
já não tem lenço branco.
leva a rede consigo
pescando sonhos furtivos
de dedos esquivos
e ohares perdidos.
busca o peixe ou o pão,
saliva o sal e mata a sede no beijo do sol.
se acaricia o próprio rosto, esse marinheiro.
de boina gastada de vento,
antiga como a sua ilusão;
a pele se arruga, sua idade é a saudade que leva
e os seus olhos a criança que não cessa de sonhar.
seu corpo se faz de horizonte.
e navega...
navega navegando navegai navegat navegaius navego...
vou, fico.
olho, vejo.
não vou, não fico.
escuto, ouço.
nada. tudo.
o todo, a bolha, o balão, o homem.
e sigo a água.







segunda-feira, 29 de novembro de 2010

lua

lua.
tenho o corpo cheio de ti.
tenho os sentidos abertos, respiro
vivo o toque dos teus dedos em sensações que se diluem numa morna
vivo a pele, o cheiro
e olho-te. vejo o espelho quebrado
a solidão do teu ser
a leviandade dos sentidos, a efemeridade.
o sol e o branco
a profundidade
as águas,
as ondas de uma canção que me faz submergir
em ti, em nós. em mundos de fantasia
ideias de amor
sentidos de paixão
e alusões a deuses e mitos humanos.
quero um fado permanente
condimentado com morna
sambando de leve
numa roda de tangos..
quero essa saudade do que não foi nem é
quero o meu lusitanismo,
companhia de sempre no amor.
Que é castigo de quem nasce sob o signo da amália escondida em cada um de nós
e é crime, sofrer passional de beleza
de um tudo querer, num instante conservar.
E ao mar entregar.

sábado, 6 de novembro de 2010

"é doce morrer no mar"

de julho até hoje muita coisa passou. como sempre, a vida segue o seu rumo e os acontecimentos vão-se sucedendo... estive duas semanitas em portugal no final de junho e início de julho - ou seja: SAO JOAO! ahah
encontrei e reencontrei muita gente. lindo. foi óptimo fez-me muito bem , dei-me conta de muita coisa, um pouco surreal tudo porque claro em duas semanas dá-se toda uma revolução interna de perspectivas geográficas e sentimentais...
finais de setembro fiquei sem casa (o contrato terminava e tinha que sair desse lugar) entretanto andei desalojada quase todo o mês de outubro, parando onde podia, buscando um novo lar...agora estou por chacarita, um bairro muito tranquilo antigo, cada vez vou mais longe do centro como se tentasse escapar a todo este movimento louco urbano...estou em casa de um amigo, tenho este lugar por um mês assim que ando à procura de um lugar fixo outra vez mas pelo menos tenho um lugar por um mês para procurar mais tranquila...
e enfim, muito trabalho, também ando a trabalhar de babysitter entre outros biscates e o bar, claro. inscrevi-me no conservatorio de musica e numa licenciatura de dança - a começar o ano que vem. cursos de grande qualidade e totalmente gratuitos:) estou muito entusiasmada.
comecei a meter-me mais com a música e ando muito feliz com isso...
desde que voltei de portugal (depois dessas mini-férias) repensei muito a minha vida aqui e trato de fazer o melhor que posso. Mas claro tem sido um pouco instável tudo porque ando com o tema da casa (MUITO importante) e enfim, trabalho, aulas, etc...o tempo passa a correr e parece que toda essa energia de correria te gasta tanto que já nem sabes aonde corres e porque corres. quando não se tem que correr mas caminhar...
bom, são as minhas novidades, muito resumidamente. a ver que vai acontecer agora que a primavera e toda a energia solar me enche de alegria e sonho.
muita muita movida...por isso nem tenho escrito. muita "movida" sentimental e amorosa também (como sempre, isso é inevitável) eheh surpresas agradáveis, confusas por vezes, situações novas e um repensar .

o melhor de tudo neste momento: onde estou a viver tem uma gata e uma cadela, com as quais conectei imenso, acompanham-me imenso, a gata dorme comigo, a cadela é divina...adoro estar na presença delas. :)

beijos, saudades, até um dia de regresso...

hoje

hoje tenho vontade de estar em portugal. no verao. a sentir o cheiro do mar, apanhando conchinhas na areia. ouvir cafés, sentir o sol e o branco. dançar morna, comer tremoços, beber um fino. ver a gente passar. ouvir "oh mor dá-me um beijooo!!" e ver o desfile de todos esses personagens na praça. a outra que vende rosas e faz rimas com o vocabulário mais ordinário que possa existir na língua portuguesa. encontrar amigos. ver caras conhecidas e familiares. sentir o aroma a estrujido ao meio dia enquanto caminho por mártires da liberdade. ver os vizinhos na rua. parar e não ter pressa. sentir a música suave e o jeito carinhoso das gentes. passar horas entre cigarrinhos de enrolar, partilhas de contos, cervejinhas, cafés ou compal. passar por uma francesinha ou bacalhau à brás. ver o mundo desde esse lugar pequenino cheio de amor e saudade. com muito mar presente e todo um sol enchendo a calçada.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

da nostalgia do ser

a saudade é o mistério dos deuses mortais
das terras estranhas e os mares longínquos
os horizontes desejados
os sonhos ansiados
as ausências perdidas
as presenças
os amores e desamores
da paixão quotidiana do sentir profundo das coisas.

pressinto, sinto, antecipo
procuro o calor num refúgio transparente
de pessoa, praia ou animal

vejo, revejo os cinco sentidos
do sentido de viver

espero a gaivota
espero o seu voo
saudade...
sentimento, místico, real,
que se sente bem fundo
agarra o peito, aperta o estômago,
enche-se de amor
vem das entranhas do desejo
apaixona-se pela dor dos seres
e enlouquece-se,
banha-se do sangue sofrido
de quem ama.
de quem quer tudo e a tudo se dá
a tudo se entrega
e não pode fazê-lo de outra forma
porque não lhe existe outra forma de sentir
se não o sentir bem fundo..

deixa rosas e seus espinhos
faz um leito de flores onde existe lama
e deita-se sobre sangue onde existe saliva...
recosta-se na lua, adormece com o sol
e vem de mansinho à noite
sussurar no ouvido dos mortais
a efemeridade da vida.
corta o tempo, rasga a solidão
acompanha as aves
e traz no mar o seu encanto de sonho.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

amor e pecado

quem canta seus males espanta

quinta-feira, 18 de março de 2010

gaivotas

sou feita de uma outra terra que não esta.
sou de barro vermelho,
feita de água salina e brisa marinha.

aromas de água doce e cravos ansiados
sebastianismos
mitos de outrém e amálias profundas
marias e antónios
joaquins e marianas
anas e joãos
pedros e teresas

mesas solitárias
aldeias escondidas
músicas leves
e brisas profundas
suspiros magoados
esperançados

danças de roda
casais enamorados
bailes de par
tecidos por ilusões
e fantasias de amor

terceiras idades
sorrisos rasgados
humildes miradas
e jeitinho de sentimental...

segunda-feira, 15 de março de 2010

roberta sá e eu

"devagar, esquece o tempo lá de fora
devagar, esqueça a rima que for cara

escute o que vou lhe dizer
um minuto de sua atenção
com minha dor não se brinca, já disse que não...

devagar..esquece o tempo lá de fora...:

A luz apaga porque já raiou o dia
E a fantasia vai voltar pro barracão
Outra ilusão desaparece quarta-feira
Queira ou não queira terminou o carnaval.

Mas não faz mal, não é o fim da batucada
E a madrugada vem trazer meu novo amor
Bate o tambor, chora a cuíca e o pandeiro
Come o couro no terreiro porque o choro começou.

A gente ri
A gente chora
E joga fora o que passou
A gente ri
A gente chora
e comemora um novo amor..."

ora pois,
"e se a dor é de saudade e a saudade é de matar,
e no meu peito a novidade vai enfim me libertar"

será?
ou a novidade esquecida outra vez me prender em suas garras manhosas de amor
de dedos ternos e traiçoeiros
olhares lânguidos e esquivos
nomes borrados e rodas de samba tangueantes
fados espectrais e fados tropicais
lusos piscianos e libras fundamentais
virgens constantes e luas cambiantes.

astro, astrono, astrolo, lo, logicamente
ou não
reencontro, despeço-me, saúdo
digo adeus? digo sim, grito por favor,
mendigo amor,
ajoelho-me na alma,
piso o coração,
sangra tremores juvenis
e palpita, palpito em desejo de ver-te.

ardo, fogueio a minha madeira
desfaz-se a pedra,
torno-me água, corrente
e não aguento mais, não posso mais ver.
inspiro, inspiras
não quero isso,
esse efeito fascínio-feitiço
e tenho o meu ser em mim
com vontade de ti.

"ne me quitte pas"

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

fotos, algumas! facebook gente, aí ha muita fotinha!
















brasil


os êxtases de santa teresa


o regresso a buenos aires fez-me chorar...de saudade, de beleza, de amizade, de amor, de tudo...obrigada, muito obrigada, a tua presença tornou-se imprescindível para mim henrique e a de vocês todos.
o dia do meu regresso foi muito forte para mim, voltar cá, tudo o mesmo se bem que tudo diferente, com outros olhos, reenergizada, com injecções de amor no corpo e tudo fica mais lindo e mais saudoso. saudade quer dizer que um dia estivemos juntos. esse sentimento tão luso e tão humano, tão cargado da tristeza bela que faz o ser humano aquilo que o torna ser humano - a paixão do quotidiano, a beleza do simples, a pureza de um olhar lânguido e a emoção de uma lágrima quando corre sobre a pele. tudo é paixão, vida, mesmo na morte. obrigada gente


bandeira branca:

Ai se eu fosse um país do tamanho do Amazonas correndo sobre trás-os-montes: sou um fado tropical, chico e zeca, forró, marchinha, pimba e amália. Canto sangues, canto o mestiço. Vivo a diferença e a irmandade. Ilusiono-me na saudade prometida do amor que se deixa, romanceio na terra nova-estranha-familiar, entro em delírios e escapadas amorosas, permito-me viver o sonho da nostalgia de casa substituta enquanto veraneio em ruas que se parecem ao meu porto perdido, longe. A calçada lembra-me o passado, a gente traz-me o futuro para perto de mim.
Ergo bandeiras novas, encho-me das cores que me fazem, posso voltar a ser o que era: o regresso à nova casa ou a volta a casa de um parente.
Tomo sucos, açai, caju, mamão, acerola. Bebo vida, como feijão, sou farofa e buarque. Deixo-me entrar, penetrar, sinto o sol e pegam-me 50 graus. Respiro o calor, inspiro o bafo, olho, observo, dialogo, comunico. Busco a diferença e a união, busco as diferenças na união, conjugo tudo no amor, conjugo os sexos, conjugo as vidas, faço declinações, geram-se complementos circunstanciais - vários, de diferentes cores, feitios, idades, passados.
Sou guaraná e banana, goiaba e como as sementes; a casca; tudo que a terra me dá. Sou paçoquinha e pastel de nata, coxinha de frango e catupiry, bolinho de bacalhau, feijão preto e feijão branco, tropeiro e tripas, negro e branco, sou mulato, sou índio esquecido, sou passado e presente, angústia, violência e paixão. Sou Brasil e Portugal, sou e faço história(s).


lição luso-tropical para portugal:

Ah se meu país pudesse ver o que o Rio me dá. Se meu país pudesse olhar bem o rio e esquecer um pouco minas. Se a igreja deixasse seus estigmas, se os dogmas se transformassem, se as vidas se exaltassem, se o céu se liberasse...como se encheria meu país de tropicalismo carioca. Porém sem esquecer sua simplicidade mineira; porque não ser o simples liberal? porque não ser o tradicional liberto? ou então liberar o tradicionalismo de sua culpa católica, disfrutar o ventre da mãe terra enquanto que o sangue se exalta livremente. Ah se meu país conciliasse o carioca e o mineiro, então aí seríamos interior do estado, ah se meu país fosse rio divisa com minas...

gente!!!!! faz tempo!! aqui vão as últimas actualizações..!

halo halo minha gente!!! então, desde outubro muito se passou.... primeiro os meus pais estiveram cá em buenos aires de visita, foi óptimo, passeamos por buenos aires, conhecemos os seus cantos, conheceram a minha casinha e a minha gente de cá, comemos MUITA carne, muito assado, fomos 3 dias a calafate e vimos os glaciares!!!!!!! espectaculo lindoooooo....ja posso dizer q fui aos 2 pontos mais famosos da argentina, cataratas bem no norte do país e os glaciares bem no sul, no fim do mundo, onde, diga.se de passagem, faz um frio de rachar!! é uma terra linda e desolada a patagónia..tem um ar especial
se bem que as cataratas me emocionaram ainda mais mas são duas paisagens muito diferentes e muito emocionantes de se ver

assim que os meus papis se foram embora...cuja despedida me custou muito...foi como estar de volta em casa, ter aquela sensação familiar outra vez, a cumplicidade, a briga, o conflito e o amor...família..é sempre aquela raíz, fria, dura e quente, amorosa ao mesmo tempo...bom, tudo vem de muito amor não é?:) foi bonito

bem, assim que meus papis se foram embora a minha vida, que começava a dar um giro interna e externamente, arranjei um trabalho (finalmente!!) numa discoteca de reggaeton, eheh. se bem que antes já tinha começado a trabalhar como modelo vivo para pintores e workshops de desenho; esse trabalho como modelo vivo é de facto muito interessante e bem artístico, exige uma consciência do corpo bem bonita e é lindo poder transmitir algo com o corpo que depois alguém vai desenhar ou pintar e ver a própria pessoa no papel, na aquarela ou seja o que for é emocionante..
o trabalho na discoteca é optimo tambem, o pessoal com quem eu trabalho e muito boa onda mesmo, os meus chefes são uns porreiraços e foi divertido trabalhar lá, apesar das muitas horas (ficava até às 7h 8h da manhã...discoteca!)...foi bom, uso o verbo no passado porque entretanto estive de férias no brasil, regressei ontem! (já falarei sobre isso) bom, assim que me pude estabilizar um pouco mais a minha situação económica.. para além do trabalho, fui faendo amizades novas também, desenvolvendo outras, cortando com algumas, deixando um pouco a demasiada boémia mas continuando a disfrutar dos meus espaços tangueros do bairro de almagro e dos meus compinchas da vizinhança, vi muito mais teatro, continuando as minhas aulas que terminaram com a auto avaliação - que foi deveras muito forte para mim, uma vez que esta escola é a razão pela qual eu decidi realmente ficar por cá - assim que o meu final de ano foi-se transformando aos poucos e eu também, chegando a uma maior consciência de muita coisa que me aconteceu este ano...igualmente fui melhorando a minha relação de amor - ódio com buenos aires, tentando ser um pouco mais optimista em relação a esta cidade que chega a ser sufocante... é a falta de gente na rua enchendo um piolho de alegria e música, falta o mar e a energia salina e que o sol percorra a calçada num céu aberto.... mas como qualquer lugar tudo tem as suas diferenças e similitudes tornando esse lugar particular, próprio e por aqui existe o vinho nas mesas, a desgraça bonita-triste das ruas, o buliço da gente e a cumplicidade desprevenida dos cafés...

ah! também participei num documentário/programa de viagens alternativo para a tv portuguesa! se bem que era um projecto piloto, ainda nao tive noticias disso, mas eu e outros tugas que por cá andam a viver fizemos notas para esse projecto..a minha foi sobre o tango, ahah, mostrando o tango de raíz e os contrastes desta cidade, a ver quando passa aí na tv! foi uma experiência muito interessante, eheh:)

mesmo antes do natal partia de viagem para o brasil onde passei natal, ano novo, mês de janeiro e a folia do carnaval, regressei ontem... não era suposto ter ficado tanto tempo na verdade mas apaixonei-me de morte e não conseguia ir embora tão cedo...para além disso pude visitar e estar com muitos amigos meus brasileiros que aí me receberam com toda a amizade e carinho..:)
antes de falar do brasil passo aqui uns pedaços d um texto que escrevi no dia da minha viagem para o brasil, tendo em conta que era esse o meu estado nesse momento também, ainda preso a buenos aires embora sentisse uma ansiedade estranha de que ia retornar a casa de alguma forma.

Quero beber o vinho do teu tango,
a sede da tua mirada perdida de ginebra.
Tomar o sangue da tua pele,
sentir o suor do teu cheiro mais uma vez.
Poder alcançar o mundo que me apresentas,
poder entrar nas mesmas notas dessas cordas tão distintas.
Sentir o sal das tuas lágrimas nas minhas pestanas.
Sentir a rosa dos teus lábios murmurarem frases de amor;
pronuncia ilusões, declama-as dessa forma tua - sussurra-as.
Quero ver-te chorar.
Quero essa emoção perto de mim.
Sentir essa alma suspirar...

Com uma guitarra escondida na palma da mão,
vibrante na ponta dos dedos;
Quero compartir os mundos contigo e conjugar as loucuras.
Olhá-las em diálogo, em conexão, juntá-las num beijo,
uni-las num coito e separá-las num abraço.

- este pedaço de texto de uma certa forma até pode retratar a relação que tenho e simultaneamente a que aspiro com buenos aires..